Faltam médicos nos hospitais e mesmo assim curso de medicina continua inacessível a estudantes

A maior parte dos hospitais públicos sofre por falta de equipamentos e pela principal mão de obra necessária especializada: médicos.

O principal motivo para esta deficiência? A resposta é simples: aqui o curso de medicina está entre os mais caros do mundo. No Brasil um estudante de medicina pode pagar até seis vezes mais do que em outros países. Isso define o real motivo da falta de médicos em atividade no país.

Uma alternativa encontrada para milhares de estudantes que sonham em ser médico, mas não possuem uma condição financeira favorável, é buscar em países vizinhos a oportunidade que aqui não encontra.

Os preços das mensalidades dos cursos de medicina no Brasil variam de R$ 2,5 mil a R$ 6 mil, enquanto em países sul-americanos como a Argentina, por exemplo, o mesmo curso chega a custar R$ 500. Outro fator favorável, ao curso em países visinhos, é que lá não há necessidade de vestibular, enquanto aqui, o mesmo é obrigatório.

Além de o curso custar caro, os cursinhos preparatórios para medicina também cobram valores muito alto, o que só aumenta o grau de dificuldade do brasileiro na hora de optar pela formação. Os preços variam de R$ 950 a R$ 3 mil ao mês, sem contar com material didático que pode chegar a custar R$ 2 mil.

O grande problema encontrado pelos brasileiros em fazer o curso no exterior é a burocracia criada pelo governo brasileiro na hora de validar diplomas estrangeiros. Depois de formado, o aluno deverá realizar uma prova para validação do diploma no país. Só depois de ter o diploma revalidado, é possível conseguir o CRM, registro em um dos conselhos regionais de medicina, que permite o exercício da profissão no Brasil.

A grande reclamação por parte dos estudantes, é que a prova além de cara é desgastante.

Um fato curioso, é que o Brasil é o segundo país com maior número de escolas de medicina, perdendo apenas para a Índia. São ao todo 180 faculdades de medicina vigentes no país, todas com vestibular. O país possui 347 mil médicos e forma 13 mil novos por ano. O governo brasileiro considera o número de médicos no país inadequado, no entanto, não parece querer facilitar aos estudantes o acesso a área médica.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em São Paulo existe um médico para cada 240 habitantes. Enquanto no Acre o problema se agrava, há um para cada 980, uma média comparável a países africanos.

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